PELO TIBETE – POR TODOS NÓS
Sê humilde se não podes ter a sabedoria;
Sê ainda mais humilde quando tiveres conquistado a sabedoria.
Renúncia a um mau hábito, mesmo que ele tenha sido praticado pelos teus pais e teus ancestrais; adopta um bom costume, mesmo que ele seja praticado pelos teus inimigos.
No comer, no dormir, no ter medo, e no copular, os homens e as feras são iguais. Porque um homem, se não tem religião, não pode ser igual a uma fera?
A maior riqueza consiste em ser caridoso;
A maior felecidade ter paz de espírito.
A Experiência é o ornamento mais belo,
E o melhor amigo é aquele que não tem desejos.
“Tesouro precioso de ditos elegantes”, Lama Saskya, Tibete 1270 d.c.
Na década de 50 do século passado a China invadiu o Tibete. O 14º Dalai Lama, lider espiritual dos tibeteanos, não tendo o apoio de nenhum outro país e, não tendo um exército – porque nunca investiram na ideia de guerra e violência - vê-se obrigado a ir para o exílio na India. Os chineses não se limitaram a governar o Tibete: fizeram questão de destruir a cultura tibetana. Dos milhares de mosteiros que existiam antes da ocupação chinesa, restam meia dúzia; um milhão de tibetanos foram torturados – a grande maioria atê à morte por se recusarem a negar o Dalai Lama como seu chefe espiritual. Os tibetanos estão proíbidos de viverem a menos de 2km de Lassa, capital do Tibete e residência oficial do Dalai Lama. Os mosteiros da cidade – com excepção do Potala que virou centro turístico – foram deitados abaixo para se construirem centros comerciais ultra modernos. Já pouco resta da cultura tibetana no Tibete.
Quando os talibans destruiram os Budas no Afeganistão o mundo todo condenou tal acto; quando os chineses o fazem, dia apôs dia, ninguêm diz nada. Porque será?
Discute-se agora se será sensato boicotar os Jogos Olimpicos. Dizem que o desporto não é política e que não seria justo para os atletas que se esforçaram tanto nos últimos anos.
Os Jogos Olimpícos, são o único acontecimento desportivo que celebra a paz – todas as guerras paravam de 4 em 4 anos para essa ocasião - e que se baseia no encontro de diferentes povos, com diferentes tradições que se juntam para celebrar. Se o país organizador não respeita nenhum destes princípios, terá legitimidade para os organizar?
E o que dizer da justiça para com os tibetanos? É verdade que os atletas se dedicam exclusivamente a treinarem-se para esta ocasião e sofreriam com o seu boicote; mas e o sofrimento continuado durante décadas de um povo torturado, explorado, dizimado, esquecido? Afinal, só um dos atletas por modalidade poderá sair vencedor. Todos os outros serão perdedores – e é por eles que não podemos mostrar solidariedade pelos 5 milhões de tibetanos que sofrem há décadas?
Na verdade, os que mais perderiam com o boicote não seriam os atletas mas os patrocinadores. E mais uma vez vemos que, apenas o dinheiro interessa. As vidas humanas e a sua humanização não interessam aos políticos.
A questão do Tibete não é só uma questão dos direitos humanos. Todos os dias os tibetanos nos ensinam, pela prática do dia a dia, aquilo que muitos apregoam mas não praticam: a compaixão. A verdadeira não violência é o único caminho para a verdadeira paz e suspeito que, o Amor incondicional, seja o único ensinamento digno desse nome... Não é preciso ser budista (como eu não sou) para sentir - e saber – que estes valores são da máxima importância. Deixarmos que a cultura tibetana seja exterminada é deixar exterminar uma das melhores esperanças que nos resta para sobrevivermos enquanto seres de elevada moral e integridade. Seremos preguiçosos a ponto de sermos estúpidos?
Não deixe que os políticos nos vendam aos patrocinadores dos Jogos. Boicote o “made in china” e boicote os Jogos Olimpicos. Participe das marchas e vigilias contra a invasão e repressão chinesa. Como dizem os indios da tribo Osage “esforça-te por seres uma pessoa que não está ausente de um acto importante”.
“A injustiça, onde quer que se encontre, é uma ameaça à justiça em toda a parte”
Martin Luther King
Liberdade Para o Tibete - Porto
Descrição/tema do grupo:
Grupo para troca de ideias e organização de iniciativas na zona do
Porto, pela defesa dos direitos humanos no Tibete e pela liberdade
cultural e religiosa do povo tibetano.
(para se inscrever basta seguir os passos de introdução no grupo)
O grupo já está criado e a página é a seguinte:
http://br.groups.yahoo.com/group/tibete-porto/