quarta-feira, 25 de junho de 2008



A declaração abaixo poderia ser o manifesto para o Festival. Pena é que, a maioria de nós, esteja completamente alienada da Natureza e mesmo muitos dos que a amamamos, não sabemos como fazermos parte dela de uma forma consciente e prática. Tenho visto muita gente a caminhar pela floresta encantada com o que vê e sente mas sempre, como se fossem estranhos áquele ambiente. Somos turistas de fim de semana na Natureza, estrangeiros sem saber a língua do Ser por onde caminhamos. Perdemos a capacidade de ver e ouvir com o Coração e vemos e ouvimos apenas o que a nossa mente, tão bem treinada na materialidade vazia e fria, nos deixa. Não comunicamos com a Natureza nem com ela comungamos. Quando foi que perdemos isso? Quando o vamos reclamar de novo?
O planeta, a Natureza não nos pertence; nós é que lhe pertencemos.

Possa o nosso coração estar sempre aberto e vivermos sempre em Amor
Atimati


DECLARAÇÃO DAS QUATRO COISAS SAGRADAS


A Terra é um ser vivo e consciente. Na companhia de culturas de diferentes lugares e épocas, nós nomeamos estas coisas como sagradas: ar, fogo ,água, terra.
Quer olhemos para elas como a respiração, energia, sangue e o corpo da Mãe quer como presentes abençoados de um Criador, ou ainda como símbolos dos sistemas inter ligados que sustentam a vida, sabemos que nada pode viver sem elas.
Chamar a estas coisas sagradas é dizer que elas tem um valor para lá da sua utilidade para fins humanos, que elas próprias se tornam a norma pelos quais os nossos actos, a nossa economia, as nossas leis e os nossos propósitos devem ser julgados. Ninguêm tem o direito de se apropriar delas ou delas beneficiar à custa dos outros. Qualquer governo que falhe na sua protecção, perde a sua legitimidade.
Todas as pessoas, todos os seres vivos, são parte da vida da terra, e, como tal, sagradas. Nenhum de nós está acima ou abaixo de qualquer outro. Só a justiça pode trazer equilíbrio; só o equilíbrio ecológico sustenta a liberdade. Só em liberdade pode a quinta coisa sagrada a que chamamos espírito florescer em toda a sua diversidade.
Honrar o sagrado é criar as condições nas quais, o sustento, o alimento, a habitação, o conhecimento, a liberdade e a beleza possam crescer. Honrar o sagrado é tornar o Amor possível.
A isto dedicamos a nossa curiosidade, a nossa vontade, a nossa coragem, o nosso silêncio e a nossa voz. A isto dedicamos as nossas vidas.

“The Fifth Sacred Thing”
Starhawk
(www.reclaiming.org ou www.starhawk.com)