sexta-feira, 9 de maio de 2008

O QUE FAZER?

O poema de James Thruber fala de esperança; e esperança foi o que eu senti quando, depois de uma semana a ouvir notícias de desespero sobre o Banco Alimentar Contra a Fome, os portugueses deram mais de 1700 toneladas de alimentos para encher as prateleiras antes vazias. Quem não deu, não sabe o que perdeu!

Há muitos anos atrás li uma previsão de um grupo de astrólogos americanos e ingleses sobre os 10 primeiros anos deste século. Na altura fiquei – como provavelmente ficaram todos os que a leram – um pouco incrédula pois a previsão dizia que, em 2009, iria haver fome em grande escala na Europa e Estados Unidos. Estavamos no principio da década de noventa e mais parecia que o mundo ia “explodir” com tanto dinheiro e abundança. Alguém ia acreditar que o preço do petróleo ia disparar como disparou para valores inconcebíveis? E a conclusão dos astrólogos era a de que, como toda a alimentação não biológica depende do petróleo (todos os pesticidas e adubos contêm derivados do petróleo) o preço dos alimentos teria de subir. Claro que o custo de transportar esses alimentos também encarece – afinal de contas queremos todo o tipo de fruta e alimentos disponíveis o ano todo – pouco importa que seja produzido no vizinho do lado ou do outro lado do mundo.
Parece-me óbvio então que, se queremos contrariar as previsões assustadoras dos astrólogos, temos de consumir produtos biológicos, alimentos de estação e produzidos localmente; mais plantas e menos animais (que requerem quantidades absurdas de petróleo para serem alimentados e transportados); reduzir o consumo de produtos não essenciais: roupa, objectos de decoração, telemóveis, computadores e outros aparelhos eléctricos; mais do que reciclar e reutilizar deviamos REDUZIR! E por favor, LEVEM SACOS DE PLÁSTICO/OUTROS PARA O SUPERMERCADO!

Mas o poema acima não fala só de esperança; fala de ciclos. E, segundo vários livros sagrados (por exemplo os Vedas da India e a Biblia) e, de acordo com tradições de diferentes origens, estamos no final de um ciclo cósmico/astronómico. Quer esse ciclo termine em 21 de Dezembro de 2012 (como pretende José Arguelles) ou em 28 de Outubro de 2011 (como defende Ian Lungod) a verdade é que o final desta década é testemunha, cada vez mais intensa, de fenómenos naturais (embora a origem desses fenómenos possa não ter nada de natural) devastadores. Se aliarmos essas mudanças na Natureza com a subida de preço de matérias primas como o petróleo e a escassez de alimentos teremos uma mistura explosiva pouco promissora de algo positivo para o nosso futuro. E não adianta entrarmos no que em língua inglesa se chama de denial (negação) e fazer de conta que não vemos os sinais, ou de que não é nada comigo: nenhum de nós está livre de desaparecer num terramoto, morrer numa tempestade ou de vir a passar fome. Todos temos assistido a dias de calor insuportável, falta de chuva ou chuvas torrencias, ventos ciclonicos e frio abaixo do normal. Sim, lembro-me disso tudo em criança mas não me lembro que isso fosse uma constante de quase todas as semanas. E como diz na Biblia, “quem tiver ouvidos que ouça, e quem tiver olhos que veja”.


Se nós, cada um em particular e todos juntos como um todo, não tomarmos consciência que o futuro da nossa vida neste planeta depende das escolhas que fazemos a cada instante, talvez que a Existência decida que é tempo de irmos embora. De acordo com as Profecias, o novo ciclo irá/terá (de) ser vivido por seres mais esclarecidos da relação causa/efeito, mais responsáveis pela qualidade do ambiente que cada um gera à sua volta e por seres humanos dignos dessa humanidade: cooperativos e não competitivos, altruístas e não egoístas, compassivos e não vingativos e rancorosos, abertos a todas as formas de pensamento e culturas e não fechados e cheios de ódios e medos. Fundamentalistas sim (afinal se não formos ao fundo do que acreditamos somos uns hipócritas), mas não fanáticos; levando muito a sério os caminhos que escolhemos para nós mas nunca os impondo aos outros e receptivos e livres para mudarmos quando o caminho não nos leva a lado nenhum.

Assim, junto o meu pedido ao de muitas organizações diferentes neste planeta:
- dentro do possível não se alimente de animais;
- troque os adubos e pesticidas por alimentos biológicos;
- troque os produtos de limpeza cheios de químicos assassínos por produtos amigos do ambiente (e sobretudos seus amigos!)
- não arranje desculpas sem valor para andar de carro ; vá a pé, de bicicleta ou de transportes públicos
- não desperdice – reduza, recicle, reutilize (quando será que vamos pôr em prática algo tão simples e fácil???)
- ajude “quem precisa e não quem merece”
- tire da sua mente e do seu coração pensamentos negativos em relação a pessoas e situações; abra-se para a Beleza e o Amor e lembre-se que tudo tem solução e tudo tem uma razão para ser; agradeça estar vivo e ser-lhe dada AINDA mais um dia para resolver os problemas e apreciar a vida.
- procure um grupo de meditação e comece a meditar
- adopte um animal abandonado; se não pode, faça um bom donativo para instituições que ajudam estes animais e/ou torne-se voluntário e ajude.
- não compre, não use e não aceite produtos que foram testados em animais, foram a causa da morte deles ou que de alguma forma contribuem para o seu sofrimento – peles, perfumes, cosméticos, etc.
- não gaste papel, não desperdice água e apague luzes e aparelhos que não está a usar
- por último, desligue o computador e vá passear num parque, na praia ou simplesmente pela rua. Seja simpático para todos, sorria e goze a vida.

Possa o vosso coração estar sempre aberto e viverem sempre em Amor
Atimati